segunda-feira, 17 de julho de 2017

Resenha: Resistência - Affinity Konar

Título: Resistência
Autor(a): Affinity Konar
Gênero: Drama, romance
Editora: Rocco (selo Fábrica 231)
Ano: 2017
Páginas: 320
Compre: Amazon - Saraiva - Submarino
Sinopse: Auschwitz, 1944. As gêmeas Pearl e Stasha têm 12 anos quando desembarcam no campo de concentração nazista na Polônia. à medida que conhecem o horror e têm suas identidades fraturadas pela dor e sofrimento, tentam confortar uma à outra e criam códigos e jogos para se proteger e recuperar parte da infância deixada para trás. Mas quando Pearl desaparece sem deixar pistas, Stasha se recusa a acreditar que a irmã esteja morta e embarca numa jornada desesperada em busca de justiça, paz e de si mesma. Livro notável pelo The New York Times; Livro do Ano pela Amazon e pela Publishers Weekly; indicação de leitura dos principais veículos de imprensa norte-americanos, Resistência narra, com uma voz poderosa e única, a trajetória de duas irmãs lutando pela sobrevivência em um dos períodos mais devastadores da história contemporânea e mostra que há beleza e esperança até diante do caos.


Resenha publicada originalmente no blog Estilhaçando Livros




Primeiro de tudo acho que preciso dizer que sou uma grande fã de livros e filmes sobre a Segunda Guerra. Sempre tento ler e assistir a tudo que posso, alguma coisa nesse período me fascina. Talvez seja a crueldade humana, que foi tão escancarada mundialmente não só no ato de guerrear mas nas perversidades que ocorreram nos campos de concentração (foco do meu interesse). É difícil acreditar e entender que tantas pessoas tenham realizado atos inimagináveis a outros seres humanos, e talvez essa busca por tentar entender que me atraia pra esse tipo de literatura.
O livro Resistência retrata um pouco dessa crueldade, causada pela mão de Joseph Mengele, o Anjo da Morte, e retratada pelas irmãs gêmeas Stasha e Pearl.

Em 1944 as irmãs de 12 anos são levadas para o campo de Auschwitz, onde tem um mínimo de regalias que só os judeus gêmeos e com outras diferenciações poderiam ter. Sua condição lhes dão pão a mais, roupas a mais, atenção a mais. Mas quem dera essas regalias pudessem ser trocadas pelos infortúnios comuns, já que as irmãs gêmeas são centro de atenção do Dr. Mengele, um nazista que aproveita de sua formação para fazer os mais terríveis experimentos com os prisioneiros.

O livro é narrado em primeira pessoa pelas irmãs, alternando os capítulos entre as duas. É um relato infantil e fantasioso, mas ainda assim cruel e frio, desprovido de toda alegria, beleza e bondade que só o relato de um prisioneiro em Auschwitz pode trazer. Apesar de gêmeas idênticas, Stasha e Pearl são bem diferentes. Stasha nutre um amor sem fronteiras por sua irmã, uma admiração com ares de loucura as vezes. Ela é extremamente fantasiosa e mentirosa por conta disso, tendo uma determinação incrível para uma criança. Pearl é mais delicada e reservada, mais realista. Essas características me fizeram gostar muito mais dos capítulos narrados por Pear, que me passavam uma sensação de mais fidedignidade com o ocorrido. As partes narradas por Stasha me pareciam inventadas demais, confusas demais, e por vezes fiquei perdida em saber o que era realidade ou invenção da cabeça dela.

Por ser narrado pelas gêmeas, o livro não traz tantos detalhes sobre os experimentos (coisa que eu queria ler) mas mostra o suficiente para imaginarmos. As próprias irmãs sofrem coisas horríveis e saem com marca irreversíveis. Aliás, Stasha e Pearl foram inspiradas nas gêmeas Miriam e Eva Mozes, irmãs que realmente passaram por tudo isso na mão de Mengele (que também é real, aconselho uma pesquisa sobre ele) e sobreviveram aos experimentos. Assim como Eva, Stasha foi a "escolhida" do Dr.

A história é bem triste, não só pelas gêmeas mas por tudo o que acontece com os personagens ao redor delas. Temos alguns atos de bravura e vemos a esperança permanecer em alguns. Acompanhamos as gêmeas não só no campo mas também na queda dele em 1945, e no que elas enfrentam após isso. Essa foi uma parte que se destacou pra mim, não só por elas mas por todos os sobreviventes. Mesmo livres dos campos de concentração, os prisioneiros não sabiam lidar com o futuro a frente deles. Foram tratados como objetos indignos por tanto tempo que a quando se viram livre não sabiam mais o que fazer. Isso de certa forma me deu um aperto no peito muito grande.

Apesar de atender minhas expectativas no geral, Resistência se mostrou um livro muito difícil, não por ser teor mas por ser um livro extremamente cansativo. Demorei 3 semanas ou mais para conseguir finalizar a leitura porque nunca conseguia ler muitas páginas seguidas. Por ser uma narrativa bem detalhada nos sentimentos e observações das meninas e ainda por cima bem crua, ela se torna arrastada e fica difícil engatar. De resto, é um livro que recomendo para fãs do gênero e quem deseja se aventurar. Não acho que seja um livro pesado para os mais sensíveis, mas talvez, só requeira algum cuidado.

2 comentários:

  1. Oi Nathalia!

    Este é um tema que me agrada bastante também, e assim como "O menino do pijama listrado" com um relato infantil do horror da segunda guerra, me feriu bastante durante a leitura acredito que este poderia me atingir também de alguma forma, pois só de ler a sua resenha meu coração já pesa.

    Inclusive adorei a resenha, vou anotar o título no meu caderninho de wishlist.

    Grande abraço,
    www.cafeidilico.com

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  2. Vou ler com certeza mais deve ser muito triste.Amei a resenha

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