quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Ninguém te Perguntou: Meu amor não precisa de cura, já seu preconceito...



Eu não sei muito bem como iniciar esse post, eu queria estrear aqui no Pobre Leitora com uma resenha bacana de um livro que acabei de ler. Mas não posso me permitir ficar em silêncio diante de algo tão assustador, de um retrocesso absurdo.

Ontem, logo pela manhã, acordei e fui dar minha zanzada costumeira pelas redes sociais. E, logo de cara, me deparei com uma matéria que só poderia ser mais uma zoeira do Sensacionalista. Na manchete dizia que um juiz havia aprovado a tão temida "cura gay", que já havia caído no esquecimento. Eu ri de início, mas logo acordei para a realidade: o Brasil, mais uma vez, optou por dar dez passos para trás. 

Eu não consigo sentir nada além de tristeza. Vivemos em um momento em que nossa luta finalmente está ganhando espaço. A comunidade LGBTT* está sendo, cada vez mais (e melhor) representada em todas as mídias. Seja na música com Pabllo Vittar, ou na literatura comigo e Vitor Martins e etc, ou na televisão. Estamos conquistando respeito.

Mas, é claro, todo caminho tem obstáculos. E conosco não seria diferente. 

Agora decidem que não basta sofrermos diariamente com a morte de LGBTT*'s, precisamos lidar com a marginalização de sermos "doentes" aos olhos deste tradicionalismo babaca e sem fundamentos. É como se, de um instante para o outro, nosso amor deixasse de ser algo belo e natural, e passasse a ser uma doença contagiosa como a gripe. Uma doença que precisa de terapia psicológica. 

Adentro minha imaginação e só consigo pensar em um cenário distópico onde gays e lésbicas são caçados por transmitirem os males através do seu direito de amar. Pessoas sendo crucificadas em praça pública por simplesmente serem quem são. Jovens sendo presos em camisas de força e recebendo atestado de "loucura homossexual crônica". É assustador, eu sei, mas é uma realidade cada vez mais próxima depois das recentes decisões da querida "justiça" brasileira. 

De repente, parece que tudo pelo que lutamos, depois de todas as mortes e injustiças que conseguimos superar, nada mais faz sentido. Nós somos doentes, precisamos de tratamento. Não o ódio, não os constantes abusadores que são libertos por não terem causado constrangimento às vitimas. 

E só tem uma coisa que podemos fazer: nos unir ainda mais. Precisamos lutar para manter nossos direitos intactos, mostrar que o nosso amor é bem mais forte do que este ódio descarado que a sociedade prega. 

Para finalizar, deixo aqui o slogan da parada LGBTT* de São Paulo deste ano: Juntos Somos Mais Fortes.

Então, por favor, não deixemos a peteca cair, esta luta é nossa e de mais ninguém! O amor não tem cor, não tem raça, não tem gênero e definitivamente não é uma doença!

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