quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Semana Rainha - Entrevista com a autora


Hoje é dia de entrevista com a Mari Scotti! Temos algumas perguntas padrão e algumas perguntas exclusivas do PL. Aproveitem e conheçam melhor a autora e todo o processo de criação!

1- Como você se descreve?
Persistente e tolerante. Acredito que seriam os melhores adjetivos para me descrever, porque sou bastante paciente em tolerar situações para alcançar aquilo que almejo e dificilmente desisto. Gosto do que faço e coloco toda minha paixão na escrita, porque desejo que as pessoas se apaixonem pela
leitura, assim como eu. Introspectiva. Alguns diriam que sou antissocial, mas a verdade é que sou reclusa. Gosto de ficar sozinha, de fazer as coisas ao meu tempo, mas por outro lado sou bem extrovertida. Sei que parece que me contradigo, mas é exatamente como sou. Em casa e com amigos mais íntimos ou no Whatsapp onde sou menos tímida, sou bem brincalhona e sarrista. Também sonho demais, sonho o tempo todo: com meus personagens, com novos personagens, com possibilidades. Sou também muito amiga, se alguém precisa de mim e tenho como ajudar, ajudo e quando não tenho como ajudar, tento dar um rumo para que a pessoa encontre uma solução.

Todos digam oi pra Mari. 

2- Quando você começou a escrever e por quê?
Comecei a escrever entre dez e doze anos de idade, mas minhas histórias não eram legais não. Vejo essas meninas que publicam tão novinhas e fico pensando que eu era bem atrasada nessa idade, não sabia formar frases direito, menos ainda personagens! Fico admirada com quem consegue.
Gostava de ler muito e chegou um momento que eu não tinha mais o que ler na biblioteca da escola e comecei a reclamar com a minha mãe. Ela me apresentou um livro que estava escrevendo. Achei tão incrível que minha mãe escrevia que quis imitar. O livro que ela escreveu, na época, conseguimos
publicar a pouco tempo e se chama Uma Janela Fechada. Esse desejo reascendeu depois que li Crepúsculo e descobri qual era o meu estilo preferido de escrita: fantasia. O desejo de publicar veio depois de conhecer a escritora nacional Nazarethe Fonseca, pois vi que existiam escritores no Brasil tão incríveis quanto os que eu gostava estrangeiros.

3- De onde surgiu a ideia para Insônia e Hibrida?
Ambos os livros eram fanfics que eu publicava no site de Fanfics e alguns personagens eram inspirados na Saga Crepúsculo.
Híbrida: Um dia surgiu uma pergunta na minha cabeça: O que aconteceria com a rixa entre lobisomens e vampiros, se os lobisomens tivessem de criar uma criança vampira ou vice-versa? Da pergunta nasceu a Ellene e toda a trama da série, como de onde ela vem, o motivo de ter sido deixada entre os lobos e também Milosh, o vampiro que teve sua esposa e rainha sequestrada e que precisa descobrir onde ela está, quem é o traidor e como salvar sua espécie do
caos eminente.
Insônia: Insônia era para ser um romance somente, comecei a escrever por causa de um amigo rpgista que se intitulava Eros. Criávamos cenários e histórias diversas e na maioria das vezes ele me contava as melhores. Sempre fiquei abismada com a criatividade dele em contar histórias e decidi que dedicaria um personagem a ele. Criei os dois primeiros capítulos de Insônia, porém não consegui continuar, porque meu forte é a fantasia. A história ficou abandonada por três anos até que relendo tive um clique: E se o Pietro não fosse apenas humano? E se tivesse algo mais por trás dessa aparição? Foi assim que a série nasceu.

4- Você contou sobre Híbrida e Insônia, mas da onde surgiu a ideia de Montanha da Lua e O cobiçado?
As duas ideias surgiram mais ou menos do mesmo motivo: me disseram que eu não tinha capacidade de escrever romance. Então, comecei a ler mais romances e romances de época e decidi que iria me desafiar a escrever estes gêneros.
Montanha da Lua aconteceu sem querer. Eu e uma amiga pretendíamos escrever uma releitura da Chapeuzinho Vermelho e escrevemos o prólogo de Montanha da Lua, mas ela se mudou de país, casou e o prólogo ficou esquecido. Um dia, relendo, a ideia da cabana, do ogro perseguidor e de ser tudo uma a crendice em uma maldição – algo comum na época –, surgiu. Pedi permissão para usar o prólogo, a Fernanda concedeu e a história surgiu. Já O Cobiçado aconteceu enquanto eu assistia ao reality show The Bachelor na MTV. Quando eu era adolescente não perdia uma única temporada e me senti nostálgica quando encontrei o programa sem querer. Rabisquei a ideia e dei uma repaginada inserindo um pouco de comédia no programa. Os personagens foram surgindo depois, mas o Cobiçado ser um músico famoso já era decisão desde o primeiro momento, pois sou musicista e queria unir os dois mundos: literário e musical.

Quando dizem que eu não sou capaz de algo.

5- Pergunta impossível pra qualquer mãe: qual dos seus livros é seu favorito?
É complicado mesmo, mas meu favorito há algum tempo, é Montanha da Lua, porque a história do Octávio – apesar de alguns não perceberem – é muito comum. Nós crescemos cada qual com sua cultura familiar, acreditando e desacreditando de inúmeras coisas no mundo. Seja algo comum como confiar nos médicos ou algo exagerado como proibir a família de usar remédios porque se “Deus não curar é vontade Dele a doença”. A maldição que o Octávio acredita pode ser um preconceito enraizado no coração de alguém que cresceu aprendendo que o diferente é errado e por aí vai. A Maldição me toca muito e não sei quando outro livro meu terá tanto peso pra mim.

6- É claro que sempre queremos alcançar novos patamares, crescer sempre é bom, mas olhando onde você está agora em relação a literatura, o sucesso e leitores que já conquistou, você imaginava isso? 
Ah não, nunca. No começo eu imaginava mais, nós temos a ilusão de que escrevemos um livro e ficamos famosos, igual aos filmes. Depois do primeiro mês ralando, implorando que alguém leia, é que percebemos que estávamos enganados. Lá em 2013, depois desse primeiro mês ilusório, eu não imaginei que teria conseguido escrever e publicar tantos livros, nem que teria conquistado tantos leitores e, principalmente, tantas amizades. Sou muito feliz em ter tanta gente na minha vida hoje! E agradeço a cada pessoa que já passou pelo meu caminho, as que ficaram e que permanecerão por muitas décadas ainda.

7- Qual seu personagem favorito em Neblina e Escuridão? Não vale dizer Milosh! E se você pudesse ser um dos personagens da série, qual seria?
Outra pergunta complicada! Eu amava a Heidy em Híbrida, daí quando escrevi Guardião me apaixonei pelo Jacó, mas ao terminar Rainha eu, definitivamente, fiquei enlouquecida pelo Tomás (quem leu, entende). Então, acho que sou uma mulher de fases hahaha. Um personagem que eu gostaria de ser da série? A Rainha Elizabeth. Não posso contar o motivo ou será spoiler :P.

Ai, o Tomás ♥

8- Terminar de ler uma série é sempre triste, imagino que terminar de escrever também o seja. Que sentimentos você teve ao botar o último ponto final em Rainha? E o que essa série em específico trouxe/significa pra você?
Eu juro que respirei fundo quando terminei de ler essa pergunta. A sensação foi exatamente essa: respirar lentamente e olhar a tela para ter certeza que acabou. Passei oito anos escrevendo a série e o ano de 2016 tentando juntar os dois últimos livros para que a trama terminasse no terceiro. Finalizar significou uma vitória. Jamais imaginei que uma série que começou como fanfic e um personagem que eu via como Edward Cullen se tornariam livros! Ou que uma escritora bem amadora, teria aquela história publicada e por uma editora como a Novo Século. Foi exaustivo, mas o ponto final deixou um gosto de saudade e mato escrevendo uns contos aqui e ali.

9- Quais os próximos projetos?
Escrever o terceiro livro da Família Hallinson, o livro do Adam e terminar a distopia! Estou ansiosa também para conseguir um emprego haha.

Agora, todos agradeçam a visita da Mari pra responder essa pergunta e digam tchau. 

Um comentário:

Obrigada pela visita, volte sempre! :)