Autor (a): Kazuo Ishiguro
Gênero: Ficção científica
Editora: Companhia das Letras
Ano: 2016
Páginas: 344
Avaliação: ★★★
Compre: Amazon - Submarino
Sinopse: Kathy, Tommy e Ruth são clones criados para doar órgãos. Tendo esse cenário de ficção científica por pano de fundo, e o triângulo amoroso como gancho, Kazuo Ishiguro fala de perda, de solidão e da sensação que às vezes temos de já ser "tarde demais". Finalista do Man Booker Prize 2005.
Kathy H. tem 31 anos e está prestes a encerrar sua carreira de "cuidadora". Enquanto isso, ela relembra o tempo que passou em Hailsham, um internato inglês que dá grande ênfase às atividades artísticas e conta, entre várias outras amenidades, com bosques, um lago povoado de marrecos, uma horta e gramados impecavelmente aparados. No entanto esse internato idílico esconde uma terrível verdade: todos os "alunos" de Hailsham são clones, produzidos com a única finalidade de servir de peças de reposição.
Assim que atingirem a idade adulta, e depois de cumprido um período como cuidadores, todos terão o mesmo destino - doar seus órgãos até "concluir". Embora à primeira vista pareça pertencer ao terreno da ficção científica, o livro de Ishiguro lança mão desses "doadores", em tudo e por tudo idênticos a nós, para falar da existência. Pela voz ingênua e contida de Kathy, somos conduzidos até o terreno pantanoso da solidão e da desilusão onde, vez por outra, nos sentimos prestes a atolar.
Resenha publicada originalmente no blog Da Imaginação à Escrita
Esse é um daqueles livros que me deixou com uma pulga atrás da orelha. Será que é chato assim mesmo ou fui eu que não entendi o que o autor queria passar? Não me abandone jamais tem tudo pra ser uma história que toca e emociona, e assim o faz com a maioria dos leitores, mas comigo...
O livro é narrado em primeira pessoa por Kathy, uma cuidadora que está prestes a terminar sua função e virar uma doadora. O livro começa nesta época, e antes da personagem enfim cumprir sua função no mundo, ela irá refletir sobre todos esses anos passados, sobre a sua vida e tudo o que houve. Basicamente é um livro de memórias. Somos transportados para os anos da infância, adolescência e vida adulta de Kathy, num vai e vem com o presente que sinceramente me incomodou bastante. Talvez, essas lembranças e a narrativa em primeira pessoa tenham sido o conjunto "perfeito" pra me fazer empurrar o livro com a barriga. Kathy não é um personagem cativante, muito menos seus amigos, Tommy e Ruth, e foi difícil criar alguma simpatia e ligação com a mesma.
A história com um potencial gigantesco, principalmente pelo plano que usa para trazer reflexão: clones são criados unicamente para doar órgãos vitais. A premissa por si só é extremamente interessante, e como curiosa nestes assuntos da ficção científica, eu acharia o máximo se o autor tivesse focado neste processo. Acho que o efeito de choque de realidade, reflexão e sentimentos seriam o mesmo e até melhores. O que temos durante o enredo são pistas de como tudo funciona, pistas essas que chegam através das lembranças e divagações de Kathy, que também sabe muitíssimo pouco. Na verdade, a sensação que tive ao chegar ao fim da história, é que não entendemos direito o processo de clones e doações, assim como a personagem também não.
O autor usa dessa premissa (que pra mim é bem viável) para falar sobre solidão, dos sentimentos, injustiça e humanização. É bem claro durante todo o livro a reflexão que ele nos traz, e afirmo que é muito importante. É um livro que demora a ser lido por conta de sua bagagem emocional (e pela narrativa lenta) e que demonstra que foi criado com todo o cuidado do mundo. Prende a atenção sim, te deixa curioso sim, mas é aquela coisa, não funcionou comigo.
A edição é ao mesmo tempo simples e belíssima. A beirada das folhas é prateada assim como a capa, o que dá um charme a mais ao livro. Sei que existe um filme baseado na obra e procurarei assistir para fazer comparações. Indico o livro sim, apesar de sair desgostosa ao término dele. Normalmente, acho que é minha falta de paciência com histórias assim que causam meu desanimo.
Oi Nathalia, quando não conseguimos criar empatia com os personagens a história se arrasta mesmo e não tem jeito :/ Acho que essa é a segunda resenha que leio desse livro e apesar da premissa ser interessante ainda não resolvi se quero ou não lê-lo. A sua resenha apresentou tópicos importantes, como o fato do livro ficar entre o passado e o presente, isso me incomoda um pouco e as histórias que li assim não conseguiram me cativar completamente. Fico feliz que a edição está bonita, a capa é interessante e vou pensar mais antes de decidir se me arrisco na leitura ;)
ResponderExcluirSempre que vejo esse título, eu leio cantando: "Não me abandone jamais..."
ResponderExcluirNão é uma história que me chama atenção, não sou muito de ler ficção científica. Mas achei interessante que contém reflexões, e eu gosto de leituras assim; que nos faz pensar e repensar.
Mas tirando o fato da reflexão, não entendi muito a história.
Fiquei curiosa pra ver detalhes da edição, porque a capa é simples demais.
Mas foi bom saber um pouquinho sobre.
Beijos
Eu vi esse filme dele muitos anos atrás e foi aquele negócio: horrível, triste, não gostei muito mas gostei.
ResponderExcluirNem sabia que tinha um livro até pouco tempo atrás e deu vontade de ler pra ver se é melhor ou passa a mesma coisa que ver o filme me passou. Mas pode ser que não funcione mesmo. Eu achei legal por ser tão cheio de sentimentos ruins, daquelas coisas que te fazem parar pra pensar na história sabe? Que fica na sua cabeça por ser algo horroroso ou coisa assim. Talvez ache chatinho, talvez não dê pra se conectar com personagens...quem sabe? Mas ainda tenho vontade de ler alguma hora.
eu n sabia que existia filme desse livro, mas o livro n faz muito o meu tipo, já que assim como você eu n tenho paciencia pela narrativa ser lenta, me parece ser um livro bem triste, como você disse com uma carga emocional bem forte não sei se me agradaria, mas os temas citados nele são otimos, priincipalmente sobre humanização.
ResponderExcluirEu não conhecia este livro, uma pena os personagens não serem cativantes, mas achei interessante o autor usar da premissa da história para falar sobre solidão, dos sentimentos, injustiça e humanização, trazendo uma reflexão para o leitor, pretendo ler Não me abandone jamais.
ResponderExcluirNath!
ResponderExcluirGosto dos livros no estilo, onde podemos repensar uma sociedade tão cruel como a nossa, mas ainda assim, saber que algumas pessoas, mesmo que de forma ficcional, conseguem superar seus problemas e se tornam adultos equilibrados e produtivos.
Não li nada do autor ainda, mas preciso.
Desejo Um ótimo final de semana e Novo Ano repleto de realizações!!
“Chega de velhas desculpas e velhas atitudes! Que o ano novo traga vida nova, como o rio que sai lavando e levando tudo por onde passa.” (Desconhecido)
cheirinhos
Rudy
1º TOP COMENTARISTA do ano 3 livros + Kit de papelaria, 3 ganhadores, participem!
O que me chamou a atenção nesta obra primeiramente foi o título, após isto li várias resenhas a respeito da obra, e a cada vez me sinto mais curiosa e interessada neste livro. Sua premissa nos cativa, mesmo que a leitura seja lenta pela sua carga emocional, a trama nos envolve por seus questionamentos e reflexões, até pelo fato de presenciarmos presente e passado desta personagem. Espero que esta seja uma leitura agradável, tanto quanto eu desejo que seja.
ResponderExcluirOlá, acredito que a subjetividade presente na trama pode atrapalhar a leitura para alguns, ainda mais pelo ritmo lento pelo qual Ishiguro conduz a narrativa. Mas as reflexões que a obra deixa ao leitor são bem interessantes e, de certo modo, mudam nossa maneira de enxergar ao redor. Beijos.
ResponderExcluirOlá...
ResponderExcluirConfesso que tenho visto vários comentários positivos sobre esse livro e estou muito curiosa para lê-lo... O título realmente chama bastante a atenção e por se tratar das memórias de Kathy, acho que acaba trazendo uma emoção maior para o leitor... Mesmo sabendo que a leitura é um pouco lenta, quero dar uma chance a esse livro...
Beijinhos...
Não sei bem se me cativei com a história ou não. Achei muito dramática e embora seja bom ler um pouco de livro realista acho que nossas vidas são tão problemáticas e tão difíceis que até evito pois prefiro algo que me faça sonhar com um mundo ideal, mas acho que para aqueles que gostam de drama deve ser um livro maravilhoso.
ResponderExcluirOi Nath!
ResponderExcluirApesar de não ser o tipo de livro que eu pegaria para ler sem conhecer nenhuma resenha, sei que ele ganhou o prêmio nobel, então é de se esperar que conquiste vários leitores. Pela resenha pude perceber que os personagens carregam um certo drama e co certeza emocionaram o leitor, me lembrou um pouco “O doado de memórias”, e parece ter uma mistura de ficção científica com distopia né? Sinceramente, para mim também seria uma leitura bem lenta, não sei se darei uma chance ao livro.
Bjs
Nath quando a Cia cedeu esse livro para quem quisesse ler e resenhar eu fiquei bastante empolgada, tinha visto o filme fazia alguns meses e queria ler o livro para ver se me sentiria como se senti vendo, ainda não li, mas já tinha a impressão que ele seria meio lento e que talvez eu me cansasse um pouco de Kathy, pois mesmo no filme ela parece um pouco apática. Ainda tenho curiosidade mas ler sua resenha me deixou um pouco menos ansiosa!
ResponderExcluirOi Nathalia, eu nunca li nada sobre esse livro, eu gostei da sinopse me chamou bastante a atenção gosto de livros de ficção científica, fiquei curiosa em relação a historia de clones que são criados para doar órgãos, gosto de livros que contem ao mesmo tempo a historia da infância e presente acho que prende o leitor, que pena que você saiu desgostosa ao término do livro, mas eu vou dar uma chance a esse livro, obrigada pela dica bjs.
ResponderExcluirNossa, achei a premissa muito interessante, mas parece que o autor não soube usá-la de uma boa forma. É tão ruim quando os personagens não cativam... A leitura fica arrastada mesmo, uma pena!
ResponderExcluirSe ver o filme, conta pra gente o que achou! ;)
Ooi, li algumas resenhas sobre esse livro e ainda não decidi se quero ler. Parece ser uma história bem emocionante com essas memórias, achei interessante ter clones criados unicamente para doar órgãos vitais.
ResponderExcluirNão sabia que existia o filme.
Bjs
Olá!
ResponderExcluirEu não tinha ouvido fala desse livro, mas vejo que tem uma premissa muito boa. A historia tem uma ciência muito bem elaborada e gostei muito disso.
Tempos Literários
Me incomoda histórias que tenham esse paralelo entre passada e presente. O enredo é bom, mas faltou um melhor desenvolvimento. Essa não é a primeira resenha que leio e as outras tbm não foram positivas.
ResponderExcluirNão curto muito ficção científica, nem livros e nem filmes, são poucos que eu consigo gostar. Esse livro começando pelo título, para mim deixou vago, não tem muito a ver com a história. Ja que existe o filme, vou assisti primeiro, antes de começar a ler esse livro.
ResponderExcluirOi, Nathalia!
ResponderExcluirQuando se trata do gênero ficção científica prefiro assistir em vez de ler algo sobre esse gênero - que sabe eu assista ao filme? -, sem falar que detesto triângulo amoroso, se eu sei antecipadamente que o livro possui triângulo amoroso eu corro pra longe...
Mas pena que a leitura não foi tão positiva para você; é muito chato quando não simpatizamos pelos protagonistas... e sinceramente eu não curto muito esse tipo de narração - ora no passado ora no presente...
Enfim, definitivamente eu não leria Não me abandone jamais.
Abraços!
Bem loucas histórias de clonar pessoas apenas para usar os órgãos dela em doações No começo eu achava que esse livro seria bem previsível e tedioso confesso que julguei o livro pela capa Mas o conteúdo foi realmente é impressionante eu vou procurar saber mais desse livro mas por hora ele já está na minha lista do skoob
ResponderExcluirQue pena que o livro não te conquistou muito! Entendo como é quando todos parecem gostar e nós não sentimentos aquela emoção. Isso aconteceu comigo assistindo Orgulho e Preconceito (nem tenho vontade de ler o livro). Não Me Abandone Jamais tem uma história que eu considero bem original e tem tempo que estou querendo ver o filme, não sei se vou ler o livro, mas o filme eu quero ver com certeza. Espero me emocionar e gostar bastante.
ResponderExcluir