quarta-feira, 13 de julho de 2016

Ninguém te Perguntou: Não perturbe! (com Mari Scotti)


Quem tava com saudade dessa coluna? Quem? Quem? Quem? EEEEUUU. E aposto que vocês também. Eu ainda estou pensando sobre as coisas que tenho pra falar então me aguardem mais um pouco, porque hoje é dia dela, da queridona da Mari Scotti falar um pouco com a gente. Então pimpolhos se preparem, botem a mão na consciência e venham ler.



Oi pessoal!

Faz muito tempo que tenho vontade de abordar este assunto, mas não me sentia confortável, pois, infelizmente, as pessoas costumam julgar quando se sentem confrontadas ao invés de repensar atitudes e, como escritora, fui orientada a agir sempre com cuidado, não me expressar negativamente, não falar mal, não opinar, ser sempre a pessoa fofinha, atenciosa e legal por trás do livro (não que eu não seja, eu sou, mas também sou super brava! Haha).
Mas, quando a Nathalia nos convidou para falar qualquer coisa na coluna “Ninguém te perguntou”, pensei logo nesse assunto. Espero de coração que ajude aqueles que agem assim a perceber o quanto são inconvenientes.

Tia Mari, você vai falar mal de blogueiro?
Não, queridos, de autores mesmo. Chocados? Ficarão ainda mais.

Nossa literatura está recheada de escritores. Bons, ruins, excelentes. Autores que gostam de ler e amam divulgar aquilo que estão lendo. Escritores que amam ler, mas são mais discretos. Escritores que só desejam ser lidos, mas não abrem um livro de outro nacional, às vezes nem estrangeiros, pasmem. E, assim como há diversidade entre a personalidade de cada autor-leitor, também existe diversidade na ação para com o próximo.
É fácil vermos um blogueiro divulgando nosso trabalho. Pensamos que: enviei o livro ou e-book, já fiz a minha parte. Ou nem enviamos livro, o blogueiro adquire porque apoia de coração nossa literatura. Daí ele lê, se debulha de alegria porque o livro é realmente bom, daí se esforça para escrever uma resenha que agrade seu público e mais ainda, ao autor, porque sendo nacional, ele tem certeza que a resenha será lida! E o que acontece? Nada. O escritor lê a resenha (prefiro acreditar que lê), mas não compartilha, não comenta, nem curte a postagem.
E assim como existem aqueles autores que surtam de alegria, compartilham, comentam, mandam mil coraçõezinhos para o blogueiro que resenhou, existe aquele que pensa que aquela é só mais uma resenha.
Bem... eu sou as duas coisas: blogueira e autora. Desde antes de me tornar autora eu já era blogueira, já apoiava nossa literatura, já criava eventos online ou em livrarias para divulgar nossas histórias, ou melhor, a história de outros autores, porque quase sempre esqueço de me auto-divulgar.
E, hoje, é meu lado blogueira que está escrevendo este texto.
Queridos, não sejam do tipo “venha a nós o vosso reino”. Nem Deus gosta de pessoas assim! O que mais aprendemos na Bíblia é que tudo o que conquistamos, conquistamos após uma ação. E qual é a ação que a Bíblia mais pede? Ajoelhar, orar e ter fé.
No curso da vida esse aprendizado cabe muito bem, porque se você fica parado, esperando o sucesso cair no seu colo como mágica, ou uma oportunidade surgir do nada, não vai acontecer. Uma ação gera uma reação. Nada gera o que? Nada. Mentira, nada gera depressão, porque você vai ficar olhando a grama do vizinho que parece mais verde do que a sua, vai se perguntar porque não acontece com você e vai se deprimir.
Nada gera desgraça.
Então, se o seu desejo é ser visto, MEXA-SE! Chega de esperar pelo outro. O livro é seu. A história é sua. Sua imagem como escritor e, principalmente, como pessoa, É TOTALMENTE SUA!! Não espere que seu coleguinha blogueiro-escritor lembre de te convidar para participar de mesas de bate-papo em eventos, se nem um “oi” você se digna a dar a ele. Ou ser lembrado quando você não lembra de ninguém.
Lembra o que falamos lá em cima? Ação gera reação.
Se eu só compartilho da felicidade do meu colega, ele ficará feliz com a minha também. Se eu lembro de curtir uma resenha, comentar e compartilhar, meu parceiro vai ficar feliz e grato porque dei valor a todo o trabalho que ele teve lendo o meu livro, resenhando e escolhendo as melhores palavras para que outros leitores se sintam atraídos para a sua história.
Gratidão é uma ação. E uma das boas!
Seja grato. Seja fiel. Seja presente.
Sabemos que é complicado dar atenção a tantas pessoas que nos procuram diariamente. Eu tento e não consigo, e é por isso que não saio pedindo coisas para pessoas com quem não falo há muitos meses. É feio. É chato. É deselegante e extremamente antiético. E se preciso pedir, vou com humildade, peço desculpas pela ausência, me coloco a disposição para ajudar, mesmo quando recebo não como resposta.

Ação gera reação.
Gratidão gera alegria.
Pedir desculpas gera mais amor.

Não sou ingênua de pensar que os autores nacionais precisam se unir, trabalhar juntos e todo esse blábláblá que ouvimos e lemos em várias campanhas pela literatura brasileira. Há inveja, há discórdia, existem aqueles que puxam o tapete do outro, aqueles que sorriem na frente e falam mal por trás. Assim como em qualquer profissão ou local que existam pessoas envolvidas. Mas eu torço para que haja, pelo menos, bom senso.

Agradeço a oportunidade de dar esse puxãozinho de orelha, Nathalia. Ser mediadora de eventos em São Paulo tem me desgastado bastante, principalmente pelas cobranças diárias que recebo de “amigos autores” por eu não os convidar para a mesa de bate-papo. Eu convido quem eu vejo arregaçar as mangas e trabalhar pela literatura. Aqueles que apoiam não a mim, mas a outros. Eu convido quem eu vejo disposto a agir junto comigo. E me dói demais dizer não sem explicar porque.
Cara, se não te convidei, revê suas atitudes e repara se está apoiando a literatura como você deseja ser apoiado. Comece pensando nos seus blogueiros parceiros, aqueles que você nem lembra o nome ou de dar parabéns no dia do aniversário. Aqueles que leram seus livros e resenharam e não ganharam nem mesmo um “obrigada”. Chega de pensar nos que pediram seu livro e esqueceram dele. Lembre-se de quem faz. Comece pequeno: agradecendo. E depois cresça: compartilhe ações.



Beijão,

Mari Scotti










E vocês achando que o problema era só os blogueiros hein hahaha Como blogueira posso confirmar que tem mesmo, autor que não curte, não agradece, não dá sinal de vida e etc., mesmo a gente se matando e fazendo todo o possível pra fazer uma resenha descente. Sinto um tema surgindo aqui para um próximo Ninguém te Perguntou by Eu. 
Sinceramente não me surpreendo com o desabafo da Mari, tem muita gente sem noção no mundo e isso inclui autores nacionais também. O que que custa fazer uma média com a pessoa antes de pedir um favor? Gente, isso é regra pra vida até, não é nem em questão de evento não. Como você vai cobrar uma coisa que você mesmo não faz?????? Ficar só no venha nós é fácil né, botar a cara a tapa e correr atrás ninguém quer. Vamo tomar jeito gente, que assim não dá!



14 comentários:

  1. Oi Nath! Oi Mari!

    Cara, que post MARAVILHOSO!!!!!

    Eu tbm sei bem como é isso. Acho que dá para ver pelos parceiros que fiz durante esses anos de Livros de Elite... No começo, eram muitos; hoje, depois de uma limpa na aba de parceiros, creio que tenha só uma meia dúzia que valha a pena. Não sou encrenqueira, (bem, não sempre... rsrsrsr) mas me recuso a divulgar um autor que nem mesmo sabe agradecer seus leitores pelo carinho que lhe é direcionado.

    Concordo com tudo o que a Mari disse. O que nós vemos por aí não é facil, mas é bom essas coisas acontecerem para nós, blogueiros, ficarmos atentos. Não é somente os blogueiros que precisam de um puxão de orelha... autores tbm precisam ser chacoalhados de vez em quando para aprenderem a agradecer e a se mexer para o sonho da grama verde do vizinho se tornar real no seu quintal tbm.

    Parabéns Mari! Vc sabe que te admiro de todas as maneiras possíveis. Sou sua fã e sinto um orgulho enorme de dizer que te conheço e que sou sua parceira! ;)

    Bjo bjo^^

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  2. Eu fiquei com medo de falar tudo isso, porque sei que haverá muita retaliação, mas mesmo assim, espero ajudar muitas pessoas. Obrigada pela oportunidade Nathália! Você e a Ana aqui em cima, são pessoas maravilhosas e super parceiras! <3
    Beijo, Mari Scotti

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  3. Mari do céu, adorei o seu post!
    É triste o quanto corremos para fazer tudo dentro do prazo estipulado pelo autor e nem um Obrigada recebemos.

    Adorei isso:
    "Ação gera reação.
    Gratidão gera alegria.
    Pedir desculpas gera mais amor."

    Não conhecia o blog, mas já estou seguindo.
    Adorei esse cantinho.

    Beijos e sucesso!
    Te admiro mto.

    Débora | www.emcadapagina.com

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  4. Oi Nathalia e Mari, tudo bem com vocês?
    Primeiro adorei o post, é legal quando as pessoas expressam a opinião sincera e ainda mais quando se trata de uma que situa algumas pessoas e serve de alerta para quem está começando na profissão. Infelizmente, a opinião expressada pela Mari se encaixa em todos os meios profissionais, falta gentileza e falta gratidão. Algumas pessoas não compreendem o sucesso que um determinado autor e sentem inveja. Não percebem o quanto ele trabalhou para aquilo, correu atrás de leitores, blogueiros, foi simpático, foi gentil e grato por todos que o ajudaram ao longo do caminho e querem o mesmo mas sem se esforçar, sem ser humildes e sem fazer por onde. Espero que mudem essa visão.
    Beijos
    Um Rascunho a Mais

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  5. Nathalia, adorei o texto da Mari.
    Como blogueiras já sabemos como são vários autores, mas acho que com a visão da Mari que é os dois é ainda melhor, pois ela tem o mel e o fel dos dois mundos.
    Eu já parei, há algum tempo, de pregar sobre essa união entre autores nacionais, até porque além de boa parte ser super mal agradecida ainda tem os que não aceitam sua opinião com as resenhas, só querem nota máxima e xau.
    Me pergunto pra que você escreve e quer que alguém leia se você não vai aceitar a opinião da mesma...
    Adorei o texto.
    Mari arrasou!

    Lisossomos

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  6. Oi Mari!
    Arrasou no texto! ;)
    Conheço muito autor como vc citou e, infelizmente, uma boa parte pende para o lado do lê a resenha, não comenta nada, não compartilha e nos deixa com uma sensação de trouxiane. Não foram poucas as vezes em que me perguntei se tinha algo de errado no que escrevi, se ofendi o autor em algum momento, se ele não havia gostado da resenha por eu não ter rasgado todas as minhas sedas... nunca saberei!
    Não tem jeito, inveja é algo que vai existir em todos os lugares. Sempre vai ter alguém (ou alguens) querendo que o seu seja o melhor, ficando irritado pq o coleguinha tá se sobressaindo mais e outras e outras coisas. =/
    O post ficou ótimo e tudo que falou são coisas que servem pra qualquer parte da nossa vida. Curti super. ;)
    Beijos

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  7. OI!!

    Gostei muito do seu texto e me identifiquei com ele, há um tempo caprichei em uma resenha, a autora disse que adorou, pediu para colocar na Amazon, entretanto em momento algum compartilhou em suas redes sociais. Confesso me senti de certa forma usada, pois como bem ressaltado, é uma via de mão dupla, é uma troca, é ajuda,é o conhecimento. Que bom que seja blogueira, pois dessa forma consegue compreender os dois lados. Beijos!!!

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  8. Olá, Mari!
    Concordo em gênero, número e grau com teu texto! Tem muito autor por aí que acha que é só isso de "venha nós ao vosso reino". Tudo na vida é uma via de mão dupla, quer ser ajudado? Tem que ajudar!
    Imagina, uma pessoa que nem te manda um oi, ficar te procurando depois para você chamar para evento?! Pelo amor né, cadê essa pessoa se mancando?
    Eu já passei várias vezes por isso do autor nem mesmo comentar a resenha. E é por isso que tenho o maior carinho por alguns autores parceiros que sempre fizeram questão de me ajudar, e até me dar exclusividade em algumas obras. Hoje em dia não precisam me pedir nada, eu mesma vou lá e divulgo de boa vontade, compro o livro por conta própria e afins, porque sei que aquela pessoa merece toda ajuda que eu puder oferecer.
    Espero que alguns autores leiam teu texto e mudem suas atitudes.
    Acho muito bacana que você sendo autora e blogueira compreenda o nosso lado, seu texto ficou ótimo!
    Beijo grande!

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  9. Oi Mari, adorei a forma como você abordou esse assunto é eu passei por uma situação super constrangedora com um autor há um tempo atrás. Ele foi super rrogabte comigo , me destratou, fez pouco caso e depois que a entrevista dele foi postada ( porque mesmo com tudo isso ainda pedi para as meninas postarem) ele não disse Absolutamente nada. Mas existem outros que realmente participam ativamente das resenhas , entrevistas e toda a forma de divulgação.
    Parabéns pela formoa como expôs o assunto. Eu adorei.

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  10. Oi Nat e Mari, suas lindas, tudo bem com vocês?
    Problemas temos em todos os lugares, com todos os tipos de pessoas. Mas sabe, romanticamente acho o universo da literatura tão mágico que nunca imaginei que as pessoas envolvidas nele poderiam ter atitudes negativas. Eu pensei que todos amavam os livros só isso. Por isso fico triste quando leio que aconteceu algo que não foi legal seja com um blogueiro, com um autor ou até com as editoras. A minha resposta sempre será: precisamos de mais respeito e mais amor!!! Adorei essa coluna!!!
    beijinhos.
    cila.
    http://cantinhoparaleitura.blogspot.com.br/

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  11. Oi Nath, oi Mari! Tudo bem com vocês?
    Adorei essa coluna! Sei que há tópicos polêmicos que não podem passar sem ser discutidos e esse é um deles!
    Uma vez pedi pra entrevistar um autor, a assistente dele disse que ele faria a entrevista, gastamos um tempão tentando nos adequar as restrições/exigências do autor e depois que mandamos as perguntas, nunca mais tivemos notícias nem dele nem da assistente. Foi um trabalho jogado fora.
    Concordo com o que a Jess disse ali em cima, é uma via de mão dupla, não só no nosso meio, mas na vida como um todo: ajudar para ser ajudado!
    Entretanto não concordo com o lance de fazer uma média antes de pedir um favor, parece um pouco falsidade sabe? Mas entendo que é uma boa prática de convivência.
    Beijos para vocês!

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  12. Oi Nath e Mari.
    Olha, eu acho que você vai ter mais apoio do que retaliação com esse post, Mari. Vemos muuuuuito isso acontecer, infelizmente. Eu tenho sorte de ter autores parceiros ótimos que agradecem, divulgam, ajudam também. Mas ja teve casos que eu divulguei livros de autores que não são parceiros do blog e não houve tanta gratidão assim rsrs.
    E ainda tem aqueles casos que vemos por ai, de autores chorando as pitangas mal criadas quando a resenha é negativa. Mas gente, o autor deveria estar pronto pro feedback do livro ne?
    Bem, adorei o post. Muito bom o desabafo.
    Beijos

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  13. Olá, tudo bem??
    Nossaaaa que post!! Adorei!!! Não costumo fazer parcerias com autores nacionais, justamente por causa do mimimi que sempre gera, nunca gostam da opinião verdadeira, e sim apenas que falemos que nossaaa que livro bom, e nem sempre isso acontece!!!
    Beijus
    www.bibliotecaempoeirada.com.br

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  14. Nathália, adoro a Mari Scotti e forma espontânea com a qual ela lida com temas de certa densos, e gostei muito do recadinho dela para a pessoa refletir sobre o motivo pelo qual não é convidado para eventos. Tem autores que participam de mesa e mais parecem um expectador, não traz praticamente nenhuma contribuição, tipo, tá ali para divulgar seu livro e ponto, assim não dá.
    Eu não gosto de ficar com pires na mão esperando livros gratuitos se vierem legal, mas se não vierem eu compro o que quero ler e tenho total liberdade para expressar minha opinião. Eu passei por uma situação bem desagradável, comprei o livro de certo autor, detestei o livro falei que o que ele despertou em mim, mas que certamente agradaria outras pessoas e pedi na resenha para que lessem e tirassem suas próprias conclusões, resultado: o cara me excluiu durante um tempo (acho que para seus seguidores não lerem minha resenha, aí depois de um tempo veio com um novo pedido de amizade, pode isso?

    Bjo
    Tânia Bueno

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