quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Resenha: Canções de Ninar de Auschwitz - Mário Escobar

Título: Canções de Ninar em Auschwitz
Autor(a): Mário Escobar
Gênero: História, biografa, memórias, ficção
Editora: Harper Collins
Ano: 2016
Páginas: 224
Avaliação: ★★★★
Compre: Amazon
Sinopse: Neste livro, Mario Escobar conta a trajetória real de uma família que passou 16 meses encarcerada em um campo de concentração nazista. Helene Hannemann era alemã, mas mesmo assim optou por partir para Auschwitz junto de seu marido e os cinco filhos com ascendência cigana quando os policiais da Gestapo bateram à sua porta. Por ser enfermeira, mas, sobretudo, alemã, Helene foi escolhida pelo médico Josef Mengele, mais tarde conhecido como ‘O Anjo da Morte’, para ser a diretora do jardim de infância do campo. No final da guerra, entre os papéis de Mengele, foi encontrado o diário que Helene manteve durante todo o seu período no campo de extermínio. Tendo como base a infeliz história daquela família, o autor nos emociona e surpreende ao narrar os medos, privações, torturas e até mesmo histórias de superação que milhares de pessoas vivenciaram sob o poder dos nazistas.


Mais um livro sobre a Segunda Guerra Mundial, pois, como vocês bem sabem, eu adoro o assunto. Canções de Ninar de Auschwitz é um livro que eu vinha namorando a algum tempo, até que vi na minha cidade e resolvi comprar.Não me arrependo.

Diferente de outros livros do tema, Mário Escobar não foca nos judeus como é de costume,e sim nos ciganos. Estamos tão acostumados a ler sobre o Holocausto que esquecemos que o povo judeu foi sim, massacrado, mas não foi o único. Negros, homossexuais, alemães  que não era "puros", ciganos, pessoas contra o nazismo... Pessoas de todos os tipos sofreram, e é interessante ver os vários lados dessa guerra.

O principal campo cigano ficava em Birkenau Auschwitz, e é para lá que Helene Hannemann segue com seu marido e filhos. Helene não precisava ter ido, ela era uma alemã pura, mas escolhe esse terrível destino para não se separar de sua família. O amor de mãe fala mais alto nessa história, e isso é tão tocante porque é real. Consigo pensar em inúmeras mães que fariam o mesmo que Helene.
Como o livro é narrado por Helene, descobrimos junto com a personagem como é o funcionamento do acampamento dos ciganos.

Não vou me aprofundar muito em detalhes da história, mas duas coisas são importantes comentar: mais uma vez, temos a presença do Dr. Josef Mengele, o "anjo da morte", conhecido médico nazista por seus experimentos desumanos, com foco em gêmeos. E, a criação de uma creche/escola para as crianças do acampamento, com a supervisão de Helene e comando de Mengele.

A história é muito bem escrita e tem uma base real. Aparentemente Helene Hannemann realmente existiu, mas a história contada pelo autor é criada com base no que ele descobriu. Sendo assim, é claro que se torna mais interessante. Porém, durante todo o livro, senti ares muito fantasiosos. Vejam bem, todos conhecem a fama de Mengele, o cara era ruim, personificação de algum demônio, e mesmo que fingisse boas maneiras com segundas intenções, tudo tem limite. Helene não só conseguiu que ele criasse uma creche dentro do acampamento, com todo material e alimento possível, como o enfrentou diversas vezes. Ser o "exemplo de mãe ariana", como o mesmo afirmava, não é motivo suficiente ou convincente para as desobediências dela. Acaba não fazendo muito sentido, se tratando de Mengele.

Tenho que pesquisar mais sobre os ciganos e seus campos de concentração, mas esta história passa a impressão de que eram locais com mais chances do que os campos dos judeus. Helene sofre muito no começo, mas a comunidade cigano parece ser muito unida, e as condições, mesmo que precárias, me pareceram melhores do que estou acostumada a ler sobre os campos.

Helene se mostra uma mulher extremamente forte, com filhos ótimos, principalmente o mais velho, que mesmo ainda sendo bem novo, tem uma inteligencia e coragem absurdas. Claro que torcemos pela família e todos ao redor, mas se tratando de Segunda Guerra, é muito difícil um final feliz, e Canções de Ninar de Auschwitz não foge a regra. O final é bem triste, porém, bem fechado, não há dúvidas sobre o futuro dos personagens ou do campo.

No todo, é mais um história que acrescentou para meu conhecimento e bel-prazer, e que recomendo a leitura. Mário Escobar escreve muito bem e criou uma história tocante.

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