sexta-feira, 31 de março de 2017

Resenha: O Guardião - Daniel Polansky

Título: O Guardião
Cidade das Sombras, vol. 1
Autor: Daniel Polansky
Gênero: Fantasia, policial

Editora: Geração Editorial
Ano: 2012
Páginas: 448
Compre: Amazon - Saraiva - Submarino

Sinopse: Imagine um policial noir como os de Raymond Chandler e James Ellroy com o ritmo sanguinolento dos fi lmes de Quentin Tarantino e a fantasia de "O Senhor dos Anéis", num cenário como a Los Angeles de "Blade Runner", onde os policiais não querem ver nada que não convenha e convivem com gangues multiétnicas de assassinos, prostitutas, contrabandistas, drogados e trafi cantes. Pelas ruas imundas desse mundo devastado, em meio a uma fauna corrupta de que é prudente desconfiar a todo momento, vaga o "Guardião", um tipo solitário e desiludido que viveu como combatente numa grande guerra, sobreviveu a uma peste e leva a vida como narcotrafi cante. Ele se droga para suportar seu cotidiano sórdido e investiga o cruel assassinato e estupro de uma garotinha. "Cidade das Sombras" é uma trilogia fantástica, cujo primeiro volume é este alucinante romance de estreia que inaugura um novo gênero: a "fantasia noir". Tenso, com um suspense crescente, "O Guardião" surpreende pela ousadia, assusta com a previsão de um futuro sombrio para a humanidade e garante uma leitura de impacto do começo ao fim.



Resenha publicada originalmente no blog Da imaginação à escrita

O Guardião é uma fantasia com toques de policial, onde mistura povos distintos e magia com casos de assassinato. 
O Guardião, personagem principal que dá nome ao livro - e que só agora reparei que li o livro todo sem nem perceber se ele tinha um nome -, é um cara recluso e perigoso,  ex-soldado e que agora vive como uma espécie de traficante. Com poucos amigos mas muitos conhecidos e inimigos, o Guardião passa seus dias na Cidade Baixa utilizando Sopro de Fada e cuidando de seus negócios, até que uma menina é assassinada e não há vestígios de quem praticou o crime. Ao encontrar o corpo da garota que faz parte de seu povo, o Guardião pegará para si o dever de achar quem cometeu tal atrocidade. No meio de sua investigação, o Guardião também lembrará de seu passado e lutara contra inimigos. 


O Guardião é um livro que eu queria ler a muito tempo e tive a oportunidade graças a Sammy, mas talvez a expectativa alta tenha me traído mais uma vez. Não que o livro seja ruim, ele não é, mas eu esperava uma história mais impactante ou pelo menos mais envolvente. 

Como uma boa fã de qualquer tipo de fantasia, fico em êxtase cada vez que um novo mundo com novos seres surge a minha frente, e este livro entrega isso, porém, senti falta de um melhor detalhamento. Os personagens são divididos em povos, como se fossem etnias diferentes, com características, língua e costume próprios, os pontos/bairros/partes da cidade seguem a mesma tendência, e isso seria maravilhoso se melhor explicado, para o leitor poder se situar melhor. Com o livro sendo narrado em primeira pessoa pelo Guardião, ficamos dependendo de suas descrições para conhecer o ambiente. Por melhor narrador que ele seja e por mais que foque bastante nos detalhes ao seu redor - o que normalmente acho difícil de acontecer nesse tipo de narração, achei essa parte um pouco falha e não consegui visualizar tão bem assim a história. 

Com essa falta de visualização somada a uma escrita um pouco mais lenta, o livro foi se arrastando e se tornando enfadonho, por mais que eu estivesse curiosa para saber o desfecho dos assassinatos. Esse aliás, é o ponto principal do livro, que guia todos os atos e lembranças, mas acho que para justificar suas desconfianças, o Guardião devaneia um pouquinho demais. 

Não cheguei a me afeiçoar pelo protagonista da história , gostei mais de seu amigo Adolphus, um personagem secundário mas interessante. Ainda assim, os personagens são bem construídos e chamam atenção por suas peculiaridades. 
Os casos de assassinato são bem desenvolvidos, mas infelizmente descobri facilmente o vilão, bem antes até do próprio Guardião, o que me tirou o elemento surpresa e me deixou apenas curiosa para saber como ele descobriria e como reagiria. 
O final do livro foi bem fechado para mim, sem necessitar de outros volumes. Lerei o segundo em breve para descobrir qual pode ser sua abordagem. 

O trabalho da Geração Editorial é simples e gosto muito da arte da capa. Infelizmente achei muitos errinhos bobos durante a leitura. 

O Guardião foi um livro complicado, que talvez tivesse me agradado mais com pequenas mudanças como a pessoa da narrativa, mas ainda assim foi um bom livro e que recomendo para fãs de livros assim. Pessoas que não estão habituadas com esse tipo de livro já não sei se conseguiriam aproveitar tanto. 

9 comentários:

  1. Oi xará!
    Eu achei uma confusão danada essa mistura toda hahahahah.
    Pode até ter funcionado, mas talvez o fato de misturar dois gêneros tenha pesado pra enfraquecer a historia em si. Espero que o próximo volume seja melhor. Fiquei curiosa pra ler até, mas acho que vou acabar deixando a curiosidade de lado haha.
    Beijo

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  2. Olá!
    Não conhecia a obra. À princípio me chamou atenção pela capa e sinopse, mas lendo sua resenha, fiquei um pouco em dúvida se devo ou não realizar a leitura.
    Essa mescla de elementos que pelo visto não foram bem explicados, me preocupa um pouco.
    Mas como gosto de fantasia, talvez futuramente eu dê uma chance.
    Parabéns pela resenha. Muito bem embasada.
    Beijos.

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  3. Olá,
    Sou grande fã de fantasia também e fiquei um tanto intrigada para conferir essa mistura com o policial.
    A premissa é interessante, mas fiquei um pouco decepcionada pelo fato de a narração não dar uma riqueza maior de detalhes para melhor nos situarmos. Uma pena que descobriu antes o assassino e perdeu o elemento surpresa. Não sei se comigo aconteceria o mesmo já que não sou tão detalhista para as pistas que são deixadas rsrs

    LEITURA DESCONTROLADA

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  4. Oi, Nath!
    Não sei porquê, ao ler a sua resenha, um outro livro de fantasia me veio à mente, Desafio, da C. J. Redwine, conhece? É quase nessa vibe de O Guardião, pelo o que vi em sua resenha, mas, enfim...
    A capa desse livro me chamava a atenção, mas achava que não era o meu estilo, algo mais voltado para um suspense e tal, acho. Mas bom saber que é uma fantasia tão envolvente, com uns toques de policial, apesar das ressalvas que você fez sobre os pontos que lhe incomodou. Complicado isso de descobrir o assassino antes do próprio personagem, rs, e ainda que você tenha falado sobre querer mais detalhes sobre o universo do enredo, de repente o autor pode abordar isso mais no segundo livro. Apesar disso, fiquei visivelmente curiosa com a leitura, de repente posso pensar em fazê-la um dia, quem sabe. Valeu a dica de novo! ~aguarde a conta do cartão de crédito para você pagar em resultado das suas indicações, olha o que tô dizendo, haha~
    Beijos!

    ♥ Sâmmy ♥
    ♥ SammySacional.blogspot.com.br ♥
    ♥ DandoUmadeEscritora.blogspot.com.br ♥

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  5. OOi Nath!
    Assim como você, amo fantasia. Por isso, assim que comecei a ler a sinopse já gostei. Porém, confesso que ao ler mais fui desanimando, principalmente o fato de você não ter se afeiçoado pelo protagonista e ter achada a leitura um pouco arrastada.
    Se eu tiver a oportunidade de l~e-lo, daria uma chance. mas após sua opinião, acho melhor não ir com tantas expectativas. kkk
    Beijoos!

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  6. Para ser sincera, todas aquelas referências da sinopse me deixaram perdidas e confesso que não gosto da maioria.
    Adoro livros políciais, mas fantasia não é comigo, ainda mais quando se arrasta. Acho que não leria :/

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  7. Olá.
    A expectativa é uma grande vilã na nossa vida literária, sei bem como é isso.
    Mas nesse enredo pelo que notei o que realmente estragou sua leitura foi a falta de exploração e detalhamento pra que ajudasse no seu envolvimento.
    É essencial que o enredo seja bem ambientado justamente pro leitor se sentir parte da trama, se essa parte não foi bem trabalhada, perde pontinhos comigo.
    Que bom que apesar das ressalvas, você conseguiu aproveitar alguma coisa da leitura a ponto de continuar a série, mas essa dica eu deixo passar.

    Até mais!!
    Leituras da Paty

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  8. caramba!!
    que chato!
    Eu já não gosto muito de fantasia. Mas você gosta. é tão chato quando acontece isso... A leitra arrastada e tudo mais.
    Mas vou te falar, que esse negócio de criar grandes expectativas em livros é um problema sério. Sempre dá ruim... rs
    Bem, em questão da temática, já disse, não gosto muito de fantasia. Mas sua resenha está ótima , embora a leitura não tenha sido boa pra você.
    Beijo grande!

    Ana
    https://literakaos.wordpress.com/

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  9. Oi Nath, sua linda, tudo bem?
    Eu adoro fantasia e adoro policial, unir os dois só torna a leitura mais ágil e empolgante. Que pena que isso não aconteceu. Como você gosto de visualizar o universo criado pelo autor, gosto de ser trasportada. Pela capa e pelo histórico dele, ele dá um ar meio que de justiceiro. Achei curioso o autor não ter dado um nome a ele. Também tenho muita vontade de ler esse livro, mas agora irei sem expectativas, pois já sei o que irei encontrar. Gostei muito da sinceridade da sua ressenha como sempre, que ficou ótima!!!
    beijinhos.
    cila.
    http://cantinhoparaleitura.blogspot.com.br/

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