segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Resenha: Nunca Olhe Para Dentro - Amanda Ághata Costa

Título: Nunca olhe para dentro
Autor (a): Amanda Ághata Costa
Gênero: Romance
Editora: Independente
Ano: 2017
Páginas: 482
Compre: Amazon
Sinopse: Nem sempre a vida é colorida como um quadro ou suave como uma pincelada, às vezes é o contrário de tudo isso. Depois de perder os pais em um acidente de carro aos oito anos, a única coisa que Betina precisa fazer é encontrar o responsável por ter destruído sua família na noite que daria início à sua próspera carreira como pintora. Agora, longe dos pincéis e das paletas, ela está focada em terminar a primeira graduação e procurar na justiça um pouco de consolo para o caos que o seu passado ainda traz. Ao lado de seus amigos e sob o teto de uma tia que a detesta, ela perceberá de que cores as pessoas são feitas, e do quanto é realmente necessário olhar para dentro de tudo aquilo que a assombra, mesmo que para isso precise passar por uma inesperada decepção.


Nós blogueiros sempre comentamos o quanto uma resenha pode ser difícil de ser escrita, e isso se dá porque precisamos falar sobre nossos sentimentos. Raramente isso é fácil, principalmente quando esses sentimentos estão relacionados a algo que tem uma pessoa por trás. Mas por que estou falando isso? Porque mais do que nunca, não sei como começar essa resenha ou o que escrever que possa representar tudo que eu senti, o amor que se apoderou de mim.

Tenho livros favoritos de todos os tipos, do romance ao terror, e NOPD entrou pra essa lista, mas entrou com um toque diferente, com um quê que poucos livros tem. NOPD é o tipo de história que eu agradeço por existir e por ter tido a oportunidade de ter lido, é quase uma conexão de alma.
"É só bem atrás de todos os outros objetos que um dos meus maiores pesadelos se mostra real. Palpável, mas igualmente intocável. A caixa de lembranças não permitidas. Nunca olhe para dentro."
Betina era uma pintora talentosa já aos 8 anos de idade, mas infelizmente perde seus pais em um acidente de carro pavoroso que quase tira sua vida também. Sua guarda é dada para sua tia Cecília, que por algum motivo que não sabemos, odeia Betina com todas as forças e faz de tudo para deixar isso claro, variando entre as agressões físicas e psicológicas desde cedo. O tempo passa e agora Betina já está quase terminando sua primeira graduação em Psicologia. A pintura e as cores não existem mais em sua vida, ela só tem dois amigos inseparáveis e o forte desejo de descobrir quem foi o culpado pelo acidente de seus pais. Sua vida é permeada por medo e investigações, até que surge o médico Nicolas e junto, a esperança de novas cores.

NOPD é um romance lindo, que traz o tipo de amor que ultrapassa todas as dificuldades. Também é um drama que toca no fundo do nosso coração, deixa ele apertadinho com o pesar e resplandecente com o amor. NOPD também é um livro que ajuda ao abordar a violência doméstica e mostrar que ninguém precisa sofrer dentro de sua própria casa, nas mãos de uma pessoa próxima sem escrúpulos. Este é um dos pontos principais do livro e que me faz querer que ele seja lido por todo mundo. Violência doméstica é um assunto muito sério e infelizmente, muito comum. Quem sofre com isso, muitas vezes não consegue sair, principalmente pelo trauma psicológico que sofre, e quem está de fora mas sabe do que acontece, não sabe como ajudar. A autora mostra pro seu leitor que há esperança, que há como lutar contra isso. A história de Betina é fictícia, mas ao mesmo tempo é verdade, pois é a realidade de muitas Betinas por aí. NOPD não é só mais um romance bonitinho, é um livro forte, um livro que inspira.
"Cada um pinta o próprio quadro e ele se torna o único no mundo. Embora possa existir alguma semelhança, não existe um quadro idêntico ao outro. Nós somos como quadros pintados por nós mesmos. Todos feitos por pinceladas diferentes."
O romance entre Betina e Nicolas é maravilhoso e surpreendente em cenas de pura beleza e delicadeza. Mesmo com todo o pano de fundo forte e trágico, o amor entre os dois traz uma leveza e uma luz para o meio da trama. A amizade entre Betina, Paola e Caio, principalmente as duas meninas que são melhores amigas, é o melhor exemplo que se pode ter do amor entre amigos, da irmandade que existe entre pessoas que não tem o mesmo sangue. Esses quatro personagens além de serem os principais e conquistarem nossa simpatia, são personagens extremamente fortes, que lutam contra a injustiça, o preconceito e tem amor de sobra pra oferecer.

A história surpreende, tanto pela leveza que mostra em meio ao caos, quanto pelas reviravoltas. Amanda Ághata não aposta no esperado e escreve com o objetivo de pegar o leitor desprevenido. E por falar na autora, não poderia deixar de comentar sobre sua escrita. Eu já havia lido A Escolhida e amado, mas com NOPD todo o amor foi além. A autora não só mudou totalmente o gênero de sua história como evoluiu e amadureceu em sua escrita. Sinceramente parece outra Amanda escrevendo. Não que A Escolhida seja ruim ou mal escrito, de maneira alguma, mas a Amanda escreveu NOPD com uma excelência que é difícil não comparar e ver como ela cresceu e melhorou como autora.
"Ninguém é perfeito. Não há só uma pessoa que não erre pelo menos uma vez por semana. O que diferencia nossos erros e acertos, é a responsabilidade que tomamos pelas nossas falhas. A decência de admitir a incapacidade de ter acertado, nos dá o maior dos créditos, o caráter." 
A diagramação do eBook é linda de um jeito que poucos livros digitais conseguem ter. É notável como tudo foi milimetricamente pensado e feito para cativar o leitor.
Sou obrigada a comentar também que elegi meu marido literário do ano. Nicolas é simplesmente incrível!

Para finalizar, só posso reafirmar que amei, amei muito e ao escrever essa resenha sinto o carinho e alegria transbordando de mim. Desejo que todos possam olhar para dentro da história da Betina e se deliciar com todas as cores que ela oferece. É um livro emocionante que me arrancou lágrimas como poucos conseguem, e que vai ficar marcado pra sempre em mim.


Um comentário:

  1. Olha essa resenhaaaaa, que coisa mais linda! Fiquei emocionada lendo e sentindo o carinho que você teve pela história, Nath. Obrigada por ter olhado para dentro junto com a Betina ♥

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