segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Resenha: O Exorcista - William Peter Blatty

Título: O Exorcista
Autor (a): William Peter Blatty
Gênero: Terror, horror
Editora: Agir
Ano: 2013
Páginas: 336
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Sinopse: O mal toma várias formas e a literatura e o cinema parecem se desafiar a criar inúmeras personificações desse mal. Seja com monstros, formas deformadas de nós mesmos, ou demônios, a indústria do entretenimento sempre foi bem-sucedida em representar a essência do nosso lado mais reprovável. O exorcista, no entanto, conseguiu ultrapassar esse limite. Inspirado em uma matéria sobre o exorcismo de um garoto de 14 anos, o escritor William Peter Blatty publicou em 1971 a perturbadora história de Chris MacNeil, uma atriz e mãe que está filmando em Georgetown e sofre com as inesperadas mudanças de comportamento de sua filha de 11 anos, Regan. Quando a ciência não consegue descobrir o que há de errado com a menina e uma nova personalidade demoníaca parece vir à tona, Chris busca a ajuda da Igreja no que parece ser um raro caso de possessão demoníaca. Cabe a Damien Karras, um padre da universidade de Georgetown, salvar a alma de Regan, enquanto tenta restabelecer sua fé, abalada desde a morte de sua mãe. Em O exorcista, Blatty conseguiu dar ao demônio a sua face mais revoltante: a corrupção da alma de uma criança. A jovem Regan é, ao mesmo tempo, o mal e sua vítima. Ela recebe a pena e a revolta dos leitores e espectadores em doses equivalentes e, mesmo quarenta anos depois, seu sofrimento e o abismo entre o que ela era e o que se torna continuam nos atormentando a cada página, a cada cena. Até, enfim, descobrirmos que não se trata apenas de uma simples história sobre o bem contra o mal, ou sobre Deus contra o demônio, mas sobre a renovação da fé.


O Exorcista é um livro complicado de descrever. É um clássico do terror, muito comentado e adorado, creio eu que tenha ajudado a popularizar o gênero na época, mas nem por isso deixa de ser um livro chato, e cheguei a essa opinião com uma leve tristeza. Eu esperava bem mais da história, principalmente pela popularidade que ela alcançou e por conta do filme, o qual assisti e gostei bastante. Aliás, em uma das raras vezes em minha vida, considero o filme melhor que a obra original.

O maior problema, em minha opinião, é o enfoque que o autor dá para pensamentos e reflexões dos personagens, principalmente do padre, que tem um destaque muito grande na história. Talvez para justificar atos finais do personagem e a conclusão do caso, o autor tenta inserir a problemática da vida do mesmo, para entendermos suas escolhas. A fala para mim, é que se diz muito e ao mesmo tempo nada. Ficam dúvidas pairando no ar, coisas incompletas e não só da vida do padre, mas do enredo todo. Falta um fechamento legal para todos os detalhes inseridos. O autor ainda insere um personagem caricato e desnecessário, que é o detetive. Ele mais me fez pular partes (que não me fizeram falta em nada) do que acrescentou em algo para o desenvolvimento da história.

Quanto a Rega e a possessão, é bem como no filme (sim, minha referência é o filme porque o vi primeiro). É estranho, bem demoníaco e dá uma leve sensação de desconforto. Pessoas mais sensíveis provavelmente devem ficar perturbadas.

Ainda comparando livro e filme, o que é impossível não fazer, o filme parece que foi feito para chocar, então foca mais na possessão em si, pega as partes mais horripilantes e monta sua história de uma forma bem visual. O livro parece querer contar uma história mais detalhada e trabalhar com a construção gradual do medo. A ideia é muito inteligente, mesmo que não seja tão inédita hoje em dia, mas ainda assim, foi mal construída e com pontas soltas ao final.

Não nego que é um clássico e que a leitura é mais do que válida, mas também não nego que foi decepcionante para mim. Acho que é o tipo de livro que cada um deve ler e tirar suas próprias conclusões.

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