quarta-feira, 2 de maio de 2018

Resenha: Quando o mal tem um nome - Glau Kemp

Título: Quando o mal tem um nome
Autor (a): Glau Kemp
Gênero: Terror
Editora: Independente
Ano: 2017
Páginas: 204
Avaliação: ★★★
Compre: Amazon - eBook
Sinopse: Na Aparecida dos anos 70, uma cidade erguida no centro de um milagre, conhecemos a história de Marta e sua filha Clara. De sua terra cultivada por fé a malignidade cresce no coração de uma mãe devota. As orações que a padroeira não atende são feitas agora para eles: anjos caídos. Ela não deveria saber o nome do demônio que atendeu sua prece, e a abominação despertada é tão grande que todos vão pagar pelo seu pecado. O mal só precisava que alguém o chamasse pelo nome e agora está entre nós.

Li essa história graças a ABERST, é a primeira resenha dessa parceria e estou bem empolgada. Li o eBook independente de Quando o mal tem um nome, mas enquanto eu lia a autora fechou contrato com a Verus Editora e o livro saíra em formato físico por lá. UHUL.

Essa é a história de Marta e Clara, mãe e filha que terão suas vidas arruinadas pelo oculto. Se passando nos anos 70 na cidade de Aparecida - terra do Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida que recebe milhares de católicos do mundo todo e bônus: aqui pertinho de casa ♥ - a história começa aterrorizante.

Marta está grávida do terceiro filho e deseja acima de qualquer coisa que dessa vez, venha uma menina. Com promessas à Nossa Senhora e muita fé,  Marta mantem essa obsessão firme e não se abala, até o momento em que descobre que o terceiro menino vem aí. Louca e cega pela descoberta, Marta resolve apelar para o sobrenatural em busca daquilo que sempre sonhou, e nessa hora temos uma das melhores cenas que já li em minha vida. Glau Kemp descreve todo um ritual obscuro e horroroso, cheio de demônios e que dá um arrepio na espinha, mas foi excepcional. Eu que não me abato por qualquer coisinha de terror/horror, me vi um pouco impactada com o ritual tão bem descrito. Fica aqui minha parabenização, sou fã dessa cena.

A partir desse momento tudo degringola na vida de Marta. Seu desejo é realizado, mas a que custo? Clara nasce e junto com ela vem um mal jamais visto por essas bandas.
A infância da menina é cercada por sangue e "acidentes". Marta sabe muito bem que a culpa é do demônio, do mal na garota mas segue fielmente a ideia de que ao cumprir uma promessa nos quinze anos da garota, tudo se resolverá.
A história tem um salto no tempo e temos o fim (chocante) da primeira parte do livro.

Já na segunda parte, Clara é uma moça aprendendo sobre si e aprendendo a viver. Criada trancada em casa e na igreja pela mãe, ela é extremamente inocente e não sabe muita coisa. Seu mal interior parece estar aplacado, mas por conta de decisões erradas e ilusões, Clara engravida. Com medo do pai e irmão, a menina foge e vai parar numa espécie de convento, onde o mal aparece mais uma vez, agora na forma de um novo bebê.

É ótimo ver que o terror nacional não está carente de bons autores. Glau Kemp escreve muitíssimo bem e a premissa da história é uma das melhores. Inclusive, as notas da autora sobre a história são arrepiantes!
Encontro problemas na história no momento em que, infelizmente, muitas coisas são apressadas e algumas pontas parecem ficar soltas. O livro tem dois saltos temporais, o primeiro não interferindo em muita coisa e o segundo bem no final do livro, dando a impressão de que a autora queria acabar logo.
O livro, que deveria ser dividido em duas partes tecnicamente, para mim se divide em três, e são partes bem distintas uma da outra, principalmente a última onde Clara enfrenta o mal sozinha. Essa última parte do livro parece uma história totalmente diferente da primeira parte do livro com Marta, mudando até mesmo o tom. Não é de todo o mal, mas perde um pouco a dinamicidade.

Me senti com um imenso vazio e muitas perguntas ao final do livro. Afinal, o que é Donavan? Até que ponto esse mal influenciou a família? O que exatamente ocorreu com Clara desde seu nascimento até o momento em que parece estar livre? Que raios acontece no final?
São alguns buracos que parecem essenciais para a história, mesmo que a intenção da autora seja a de deixar para a imaginação do leitor.

É uma história muito bem escrita, mas em que minha humilde opinião, poderia ser revisada na nova publicação para suprir algumas dessas perguntas e ganhar ares mais terríveis ainda. Ainda assim, é um livro que me deixou feliz com a leitura e que recomendo aos fãs do gênero que leiam.

2 comentários:

  1. Oi, Nathália!

    Eu baixei o e-book e já estou ansiosa pela leitura! Estou lendo dois nacionais de suspense/terror e muito satisfeita com os enredos de arrepiar - Nova Jaguaruara e A filha do norte - Mas, vi algumas resenhas dizendo que não chegam nem perto desse "Quando o mal tem um nome"... Pense que já estou tremendo só de imaginar... rsrsrsrs
    Ótima resenha, passei por cima de algumas coisas para não saber muito da história! Espero gostar!
    Grande abraço,
    Drica.
    https://testelivroseideias.blogspot.com.br/

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  2. Gostei da premissa da história e da sua sinceridade. Ainda não li nenhum terror nacional, mas pretendo ler em breve.
    Abraços
    www.vancarlos.com

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