segunda-feira, 5 de outubro de 2020

RESENHA: DIAS PERFEITOS - RAPHAEL MONTES

 

TÍTULO: Dias Perfeitos
AUTOR (A): Raphael Montes
GÊNERO: Thriller, suspense, psicológico
EDITORA: Companhia das Letras 
ANO: 2014
PÁGINAS: 280
SINOPSE: Téo é um solitário estudante de medicina que divide seu tempo entre cuidar da mãe paraplégica e examinar cadáveres nas aulas de anatomia. Durante uma festa, ele conhece Clarice, uma jovem de espírito livre que sonha tornar-se roteirista de cinema. Ela está escrevendo um road movie sobre três amigas que viajam em busca de novas experiências. Obcecado por Clarice, Téo quer dissecar a rebeldia daquela menina.
Começa, então, uma aproximação doentia que o leva a tomar uma atitude extrema. Passando por cenários oníricos, que incluem um chalé em Teresópolis e uma praia deserta em Ilha Grande, o casal estabelece uma rotina insólita, repleta de tortura psicológica e sordidez. O efeito é perturbador. Téo fala com calma, planeja os atos com frieza e justifica suas atitudes com uma lógica impecável.
A capacidade do autor de explorar uma psique doentia é impressionante – e o mergulho psicológico não impede que o livro siga um ritmo eletrizante, repleto de surpresas, digno dos melhores thrillers da atualidade. Dias perfeitos é uma história de amor, sequestro e obsessão. Capaz de manter os personagens em tensão permanente e pródigo em diálogos afiados, Raphael Montes reafirma sua vocação para o suspense e se consolida como um grande talento da nova literatura nacional.

Dias Perfeitos sempre marcou presença aqui no blog como um dos livros que eu mais queria ler. Tenho certeza que por diversas vezes citei-o como desejado, próxima leitura, livro que eu tinha e queria muito ler, etc. Depois de tanto tempo parado na minha estante, finalmente chegou seu momento de ser escolhido.

Já conhecia o talento do autor  por ter lido O Vilarejo - um livro que eu adoro de paixão - e Dias Perfeitos só confirmou que Raphael Montes não está para brincadeira. É uma história muitíssimo bem escrita e elaborada, que surpreende tanto por seu desenrolar quanto pela criatividade do autor. Mentezinha perturbada desse menino Raphael, viu?! No bom sentido, rs. 
Montes, ao criar Téo, não mede esforços em fazer com que o personagem seja doentio, stalker, obcecado, violento, alucinado, sem escrúpulos e perigoso, Téo é um personagem que faz jus ao termo psicopata. Já Clarice me pareceu bem real, uma menina moderna e descolada que podemos encontrar em qualquer lugar, e que não merecia nada do que passou nas mãos de Téo. 

Não vou falar nada sobre a história em si, acho que é bom que o leitor descubra do que se trata para que se surpreenda com os acontecimentos, mas digo que não esperava o desfecho e se você gosta  muito de finais felizes e justos, não espere por isso em Dias Perfeitos.  Essa história é fria, cruel, e seu personagem principal traz em si todos os defeitos possíveis. 

Um ponto que eu tenho que comentar é sobre meus sentimentos. Apesar de ter gostado muito da história, eu senti que criei uma expectativa tão forte durante anos, que ao terminar a leitura senti que não fui atendida em tudo. Eu queria algo mais, algo que me deixasse de queixo caído, que me fizesse pensar vários dias. O livro é ótimo, criativo, bem escrito e tudo que faz dele um sucesso, mas meus sentimentos foram um pouquinho conflitantes. Acho que ainda gosto mais de O Vilarejo, mas Dias Perfeitos é um livro muito bem escrito, bem bolado e mostra um grande talento do autor. 


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