Gênero: Contos, ficção
Autor (a): Charlotte Perkins Gilman
Editora: Via Leitura
Ano: 2019
Páginas: 107
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Sinopse: O papel de parede amarelo transita entre o terror gótico e uma alegoria da opressão feminina. A obra dá título a esta coletânea, que reúne contos ligados ao mistério e ao sobrenatural escritos por Charlotte Perkins Gilman, uma das maiores autoras representantes do feminismo mundial.
Com tom autobiográfico – a autora também lidou com a depressão e um casamento frustrante –, O papel de parede amarelo apresenta uma esposa confinada em um quarto pelo marido, o que a faz desenvolver uma obsessão pelo papel de parede, no qual enxerga mulheres aprisionadas.
Enquanto o horror psicológico conduz este conto, em A glicínia gigante, A cadeira de balanço e A porta não vigiada, Gilman flerta com histórias de fantasmas e de investigações que envolvem o sobrenatural. Quando fui uma bruxa nos apresenta uma mulher movida pela vingança, capaz de realizar seus desejos. Em Se eu fosse um homem, a autora lida com o fantástico em uma história de troca de corpos. Por fim, Água antiga traz uma história de abuso e assassinato.
O Papel de Parede é o conto mais famoso da autora Charlotte Perkins Gilman, sendo também uma das histórias feministas mais famosas no mundo literário e justamente por isso eu quis tanto lê-lo. Foi maravilhoso quando tive a oportunidade de pegar a edição da Edipro, que contém outros contos da autora além do mais famoso. Uma dica: São todos feministas. E também não é para menos. Charlotte é considera como uma das mulheres mais feministas de seu tempo. Além de escritora era militante e não se deixou levar por ordens de homens.
O conto que dá nome ao livro conta a história de uma personagem que está "confinada" em uma casa, onde não pode sair de seu próprio quarto e nem se quer tem vontade de cuidar de seu próprio filho, recém-nascido. Seu marido, que é médico, acredita que ela tem histeria (no século passado consideram que qualquer mulher com alguma perturbação mental tinha histeria) e aluga uma casa no meio do nada onde ela possa repousar. A personagem é impedida até mesmo de ler ou de escrever. Nesse confinamento ela se incomoda com o papel de parede do quarto, que é velho e amarelo. Sua perturbação é tão grande que ela chega a ver coisas nas paredes, mulheres que falam com ela e que precisa de ajuda. Ao longo da leitura e com as observações que a edição contém percebemos que o conto narra uma fase da vida da própria autora. Eu não quero dizer o que, de fato a personagem (e a autora tinha), pois acho interessante as leitoras tirar suas conclusões, mas adianto que o final é perturbador, principalmente pelo fato da própria autora ter passado por aquilo.
Os outros contos da obra vão colocar mulheres em situação de poder ou situação de risco. Uma mistura de realidade e fantasia, um pouco de romance e suspense. É incrível o quanto ela consegue misturar tanta diversidade literária em um mesmo conto. O meu favorito é "Quando eu era Bruxa". Esse conto no final tem um paragrafo incrível do momento em que a personagem percebe o quão forte nós, mulheres, somo e o quanto nós influenciamos o mundo.
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